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Uma parceria de sucesso

Por Celso Niskier,

Mantendo a tradição de gestões democráticas e participativas que já se tornaram uma das suas marcas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) convidou entidades representativas da educação básica e do ensino superior para contribuírem com a construção de um documento que tem tudo para ser, quem sabe, a resolução da década.

Enquanto representante da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), tive a honra de participar e colaborar com pontos sensíveis às instituições particulares de educação superior e essenciais para a garantia de uma retomada que seja, ao mesmo tempo, segura do ponto de vista sanitário e que respeite as necessidades e as especificidades de cada IES.

Ao defender que “a volta às aulas presenciais em todo o país é ação prioritária, urgente e imediata”, o CNE trouxe para o centro do debate a essencialidade da educação, algo que há algum tempo temos defendido intensamente. Para isso, a nova resolução do Conselho institui as diretrizes nacionais para o retorno das atividades presenciais, bem como para a regularização do calendário escolar.

Entre as sugestões apresentadas pelo setor e acolhidas pelo CNE está a não fixação de uma data limite para a oferta de atividades remotas, deixando livre para que as IES possam fazer o retorno de forma gradual. Essa flexibilidade vai permitir que a instituição reorganize a sua estrutura física sem atropelos.

Outro ponto é que, tendo em vista o grande investimento feito pelas IES particulares em tecnologia no último ano e os resultados positivos alcançados, defendemos que todas essas instituições possam continuar oferecendo essa possibilidade nos seus projetos pedagógicos. Isso seria feito por meio de um credenciamento EAD temporário para que essas instituições não precisem de um novo credenciamento para fazer o que foi feito tão bem durante a pandemia.

Aproveitamos a oportunidade para ressaltar a importância do fim da dicotomia entre educação presencial e educação a distância. Para isso, apresentamos ao Conselho o que, imaginamos, será o futuro da educação no mundo pós-pandemia: o ensino híbrido, que pode ser resumido em quatro quadrantes de possibilidades didático-pedagógicas: atividades presenciais e síncronas (PS), atividades virtuais e síncronas (VS), atividades presenciais e assíncronas (PA) e atividades virtuais e assíncronas (VA).

Essa dicotomia já está datada e em nada contribui para a formação que este século 21 exige. É preciso reconhecer a importância da tecnologia como grande aliada para o processo de ensino-aprendizagem das atuais gerações. Além disso, ressaltamos a urgência de uma nova regulação que confira às instituições de educação superior autonomia para definir seus projetos pedagógicos. Caso contrário, muitas inovações e melhorias seguirão sendo ceifadas pelas amarras regulatórias.

Por fim, gostaria de registar a alegria que tem sido representar a ABMES e participar de reuniões tão produtivas como as do CNE, onde sempre há muito espaço para o diálogo e a troca de conhecimentos. Sob a liderança da professora Maria Helena Guimarães, o Conselho segue atuando com protagonismo na condução de diretrizes que norteiam a formulação das políticas públicas de educação do país. Também para a ABMES é uma grande honra poder contribuir. Vida longa à essa parceria!

Fonte: ABMES