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Uma academia bem educada

Por Celso Niskier

Nem bem recuperado da emoção de ser recebido na Academia Brasileira de Educação (ABE) pelo meu pai, Arnaldo, já participei de uma agenda de grande relevância para o setor. Fui convidado a acompanhar o presidente da ABE, Carlos Alberto Serpa de Oliveira, e os acadêmicos Paulo Alcântara Gomes e Sidney Mello em uma audiência com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que contou também com a participação do prof. Antonio Veronezi.

Em uma manifestação de grande importância política, a Academia apresentou ao ministro o documento “Rumos para a Educação Brasileira”, um amplo estudo feito pelos acadêmicos, alguns dos quais já foram ministros ou membros do Conselho Nacional de Educação (CNE). Trata-se de um diagnóstico profundo da situação da nossa educação, alinhando ações estruturantes em torno de dez pilares para melhorias.

Na educação básica, são quatro os pilares: primeira infância; gestão de redes e financiamento; aprendizado, acesso e permanência; e carreira e formação do professor. Na educação superior, o documento é estruturado em torno de seis pilares: reorganização do sistema de educação superior; regulação da educação superior; mudança do sistema de financiamento; reforma dos currículos; Enem e acesso ao ensino superior; e EAD.

A proposta foi muito bem recebida pelo ministro, que destacou a importância de se apoiar o Programa Future-se – voltado à modernização das universidades públicas –, ora em discussão nas audiências públicas e posteriormente no Congresso Nacional.

Dessa forma, a ABE, fundada em 1977, busca consolidar-se como um espaço de debates e de aglutinação de ideias e projetos, utilizando-se do talento lá acumulado por tantos educadores experientes e de prestígio.

Um país não se faz só com homens (ou mulheres) e livros, como dizia Monteiro Lobato. Faz-se também com ideias, com debates e com discussões capitaneadas por instituições tradicionais como a ABE, um verdadeiro repositório de competências a serviço do desenvolvimento da educação nacional, em todos os níveis e modalidades.

Nós, da ABMES, também iremos contribuir com os debates na Academia Brasileira da Educação. É preciso somar esforços para construir uma proposta de avanço da educação brasileira que seja representativa de todos os setores envolvidos e que possa ser adotada pelos governantes genuinamente interessados no desenvolvimento do país, o qual passa por uma educação inclusiva e de qualidade.

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Celso Niskier é  Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e Reitor do Centro Universitário UniCarioca

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