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Mulheres educadoras

Por Celso Niskier

O reconhecimento, a valorização e o elogio ao outro são atitudes muito positivas e de resultados preciosos quando as incluímos em nossas práticas diárias. Além de motivador, contribui para o bem-estar, o sucesso e o desenvolvimento pessoal e, indiscutivelmente, gera um ambiente interpessoal muito mais harmônico.

Na posição de um ser do sexo masculino, procuro valorizar diariamente as mulheres com quem convivo – que, por sinal, são muitas, a começar pela minha esposa, Andréa, pelas minhas filhas, Giovanna e Gabriela, e pelas muitas colaboradoras que atuam direta e indiretamente comigo, principalmente na UniCarioca e na ABMES. Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, não posso deixar de fazer um registro especial.

Todos os que trabalham com educação têm uma dívida enorme com as mulheres. Em geral, tivemos na figura materna nossa primeira educadora, com amor e afeto. Em seguida, é comum a lembrança das “tias” da educação infantil e do ensino básico, que abriram as nossas mentes para o conhecimento e que nos acolheram no ambiente escolar.

São mulheres que nos deram a vida, nos educaram e nos mostraram um mundo de amor e possibilidades.

Na história brasileira também temos incontáveis personalidades femininas que se destacaram pela trajetória e pelas lutas. Seja na defesa de oportunidades iguais, na valorização da educação como caminho de transformação social, na busca pela educação do aluno como um ser integral, essas mulheres nos inspiram e nos motivam.

São exemplos como:

Nísia Floresta (1810 e 1885), viveu em um período em que as mulheres não tinham acesso à formação e reivindicou que tivessem as mesmas oportunidades que os homens, destacando que a exclusão das mulheres dos espaços de educação sufocava suas potencialidades, tanto na ciência como em cargos públicos.

Nise da Silveira (1905 a 1999), psiquiatra, buscou compreender e trabalhar com o inconsciente das pessoas por meio de práticas educativas. Fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação, cujo trabalho tinha como princípio a liberdade, a solidariedade, o olhar humano, a paciência, a confiança e o afeto.

Mariazinha Fusari, co-fundadora do Núcleo de Comunicação e Educação da USP. Por meio de seus projetos de pesquisa na relação entre mídia e infância, colaborou para a ampliação do diálogo entre os campos de conhecimento da comunicação e da educação. É considerada até hoje um dos principais nomes da educomunicação no Brasil.

Maria Teresa Mantoan, pedagoga brasileira, uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil, se dedica, na faculdade de educação da Unicamp, ao direito incondicional de todos os alunos à educação escolar de nível básico e superior de ensino.

Apenas alguns poucos nomes para ilustrarmos as mulheres educadoras que nos ensinam pelo exemplo, nos estimulam com novos conhecimentos e nos mostram o caminho das letras, da arte e do crescimento pessoal e profissional.

Nossa gratidão eterna a quem nos deu à luz, nos acolheu e nos educou. Nossa homenagem a todas que possuem a vocação natural para cuidar, para ensinar, para acolher. Nossos parabéns às mulheres educadoras, que ajudam, no dia-a-dia das escolas e universidades, a construir um mundo melhor, uma lição de cada vez.

 

Fonte: ABMES