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Empatia: a verdadeira tecnologia humana

Por Celso Niskier,

Ao participar do 4º Congresso Internacional Formação e Tecnologia Humana, a convite da Fundação e Faculdade Antônio Meneghetti, do Rio Grande do Sul, pude discutir com especialistas de vários países os desafios e oportunidades da educação pós-Covid.

O tema do Congresso, muito provocativo, me levou a uma reflexão sobre as várias ondas que impactaram a educação superior no Brasil, desde a crise econômica, passando pelo fim do financiamento estudantil e chegando, mais recentemente, à crise trazida pela pandemia.

Como toda crise traz no seu bojo um conjunto de oportunidades, o setor de educação superior privado fez, em tempo recorde, a migração para o quadrante de atividades remotas. Isso nos leva a prever, com razoável grau de acerto, que o futuro da educação é híbrido.

Se considerarmos esse futuro, temos que pensar, necessariamente, sobre o fim da dicotomia artificial entre ensino presencial e ensino a distância. Precisamos investir em metodologias e estratégias híbridas, e isso traz para todas as IES o desafio da inovação.

Que palavras podemos utilizar para caracterizar este momento? A primeira é o “protagonismo” do aluno, com o estímulo às suas atividades empreendedoras e à prática como meio de extensão dos conhecimentos à comunidade.

A segunda palavra, tão importante quanto a primeira, é o “acolhimento”. As instituições precisam acolher de volta seus alunos, respeitando a diversidade e criando formas de personalização da experiência do estudante.

Por fim, há que se falar da “conexão”: uma visão da educação continuada, ou ubíqua, com o uso das novas tecnologias para aproximar e não distanciar o estudante da instituição, por toda a sua vida.

Com a participação de professores das universidades de Cambridge, Harvard e da Universidade Nacional de Singapura, o painel concluiu, com muito mérito, que a verdadeira tecnologia no pós-pandemia será a empatia, insubstituível, seja pelo computador ou pelos algoritmos da inteligência artificial. A inteligência natural é o futuro.

Fonte: ABMES