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Como será o mercado de trabalho na Quarta Revolução Industrial?

Por Maximiliano Dantas

 

Você já pensou como será o mercado de trabalho na Quarta Revolução Industrial? Vivemos até a primeira década do século XXI o que se denominou como Terceira Revolução Industrial. Essa revolução iniciou-se na metade do século XX, tendo como principal característica a massificação dos meios de produção pela automatização dos processos industriais, principalmente com o uso dos computadores digitais.

Essa digitalização tomou uma linha crescente no meio dos anos 1990, culminando na Quarta Revolução Industrial a partir dos anos 2010. Essa revolução que estamos vivendo parte de uma combinação imprevisível e crescente que envolve pessoas, processos e tecnologias digitais que interagem na internet e nos inúmeros aplicativos e plataformas digitais.

Cada interação produz um conjunto extenso de informações que são analisadas, processadas e trabalhadas por ferramentas de análise de dados e de inteligência artificial. Como resultados desse processamento, temos o surgimento recorrente de novas possibilidades na produção de serviços e bens de consumo, o que traz como consequência inevitável uma outra revolução: no mercado de trabalho e nas profissões.

Como a sociedade e o trabalho serão reorganizados?

É natural que nesse contexto surjam inúmeras dúvidas. Uma delas é se a maior parte das profissões, num futuro próximo, estará relacionada a treinar máquinas para executar processos. A história humana mostra que sempre que ocorreram revoluções tecnológicas:

  • os seres humanos se reinventam;
  • a sociedade se reinventa;
  • os meios de produção e consumo se reinventam.

Dentro dessa perspectiva, é possível imaginarmos a seguinte divisão de atividades do trabalho:

  • aquelas realizadas somente por máquinas;
  • as realizadas pela interação inteligente e colaborativa entre homens e máquinas;
  • as realizadas por homens interagindo entre si.

Não é possível prever como serão essas atividades e qual será a proporção dessa divisão. Tal imprevisibilidade é natural e já passamos por outras situações semelhantes, sempre que uma revolução tecnológica ocorre. Vivemos, em geral, com um pé no presente e outro no passado, e as revoluções não permitem prever o futuro.

Pensamento Industrial x pensamento Digital

A educação formal e não formal serão cada vez mais importantes. As empresas e os seus processos estarão em permanente mudança (alta volatilidade), o que é uma característica forte da Quarta Revolução Industrial e acelerada exponencialmente pelas tecnologias digitais.

Sob essa perspectiva, tanto a Educação quanto os estudantes precisarão fazer uma mudança forte, saindo do pensamento estritamente Industrial para o pensamento Digital. Algumas características opostas de cada pensamento são:

  • Massificação x Personalização;
  • Segmentação x Conexão;
  • Linearidade x Imprevisibilidade;
  • Ensinar para x Aprender com.

As habilidades 4 Cs

O que precisamos compreender, e que pode parecer contraditório, é que quanto maior o uso das tecnologias digitais, mais espaço sobrará para exercermos habilidades essencialmente humanas, tais como:

  • criatividade;
  • comunicação;
  • colaboração; e
  • pensamento crítico (critical thinking).

Essas habilidades são conhecidas como os 4 Cs e são elas que garantirão que continuemos relevantes na sociedade, tanto como produtores de conhecimento, bens e serviços, bem como consumidores dos mesmos. Serão essas características que diferenciarão o ser humano das máquinas e dos seus algoritmos de inteligência artificial.

O estudo dos conceitos, técnicas e procedimentos continuarão importantes para qualquer profissão que já exista ou venha a existir na Quarta Revolução Industrial. No entanto, cada vez mais essas informações e execuções estarão associadas aos dispositivos digitais, cabendo aos seres humanos exercerem a sua inteligência, ou seja, a habilidade de resolver problemas e vencer desafios, a partir do seu repertório interno de experiências, memórias e sentimentos.

Fonte: Folha Dirigida