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Com fé, um bom ano

Por Celso Niskier

Acredito que poucas vezes na História a humanidade tenha iniciado um novo ano com tanta esperança empenhada. A pandemia de Covid-19 e suas consequências, que assombraram o planeta em 2020, justificam tamanha expectativa. Graças à ciência, à inovação e à tecnologia desenvolvidas nos últimos meses podemos alimentar a esperança de um 2021 mais próximo da vida pré-pandemia.

Na esfera sanitária, o início da vacinação em diversos países trouxe o alívio de que o controle da doença é questão de tempo. Israel, por exemplo, onde a ABMES esteve com a sua 2ª delegação internacional, já vacinou mais de 25% da população. Esse resultado tão expressivo em um curto espaço de tempo tem servido como exemplo para o planeta. Embora seja uma nação pequena, o desempenho israelense é a expressão de um trabalho organizado em torno de um propósito comum.

É bem verdade que na maior parte dos países a imunização não será tão rápida como gostaríamos, mas será em um prazo nunca antes experimentado. A mobilização global resultou em opções seguras e capazes de atender às necessidades e especificidades das distintas nações. Agora, os desafios consistem na produção em larga escala, na ampla distribuição e no sucesso da vacinação.

Precisaremos seguir com as atividades de forma remota por mais um tempo. Aqui no Brasil, provavelmente, por boa parte do primeiro semestre, quiçá por toda a sua extensão. Contudo, ao contrário dos questionamentos e da insegurança que marcaram o primeiro semestre de 2020, neste ano contamos com segurança jurídica e ferramentas tecnológicas já inseridas nas rotinas administrativas e educacionais.

Em 2021, o calendário educacional deve não apenas seguir seu fluxo, mas recuperar o que precisou ser adiado em função das medidas de distanciamento social impostas pela situação pandêmica. Assim, neste ano, excepcionalmente, teremos duas edições do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes.

A expectativa é de que tanto os graduandos dos cursos contemplados no Ano II do Ciclo Avaliativo quanto aqueles dos cursos integrantes do Ano III sejam avaliados em novembro, já que o Inep estuda a possibilidade de realizar os exames relativos aos dois ciclos em uma só data para otimizar os recursos empregados na aplicação das provas. Caso isso ocorra, teremos o maior Enade já realizado no país. A conferir.

Por fim, 2021 será o ano da consolidação do uso das novas tecnologias na educação. A transformação feita às pressas em 2020, e que catapultou o processo de ensino-aprendizagem a novos patamares, será incorporada às rotinas das instituições de educação superior. Ainda que as aulas presenciais sejam retomadas – provavelmente no segundo semestre –, o uso de metodologias ativas e de ferramentas interativas veio para ficar.

Esse cenário, associado à potencialização do crescimento da educação a distância (EAD) durante a pandemia, demanda atenção e preparo das IES. A transformação digital chegou e já se acomodou na sala de espera das nossas instituições. Agora é hora de levá-la para os demais espaços e torná-la íntima de toda a comunidade acadêmica.

2021 tem tudo para ser mais do que apenas um novo ano. Ainda que nem todas as previsões sejam positivas, a expectativa é de que o saldo entre os acontecimentos e os desdobramentos do ano recém-chegado seja positivo. Por ora, temos tudo para acreditar que um bom ano está diante de nós. Se o mundo pré-pandemia não existe mais, que estejamos preparados para o que há de porvir. O futuro é hoje e retroceder não é uma opção.

Fonte: ABMES